quinta-feira, 7 de abril de 2011

TERAPIAS GENÉTICAS




O princípio básico da terapia gênica é a transferência de material genético (transgene) que confere efeito terapêutico direto, através do produto do transgene; ou indireto, como, por exemplo, através da ativação de uma pró-droga. Dentre as formas de terapia gênica estão: inserção de genes funcionais em células com genes defeituosos; alteração fenotípica da célula para torná-la antigênica e inserção de gene estranho à célula para torná-la susceptível a outras terapias.

A terapia gênica envolve as seguintes etapas:

- pesquisa básica em genética molecular;
- diagnóstico clínico;
- comprovação e complementação do diagnóstico clínico pelo diagnóstico molecular;
- construção dos vetores;
- teste in vitro e in vivo para avaliar a eficiência e a segurança dos vetores;
- produção dos vetores;
- aplicação clínica e avaliação dos resultados.
- Escolha do Vetor

A escolha do vetor é um aspecto fundamental da terapia genética. O vetor ideal deve preencher os seguintes requisitos: permitir a inserção de DNA de forma ilimitada, ser facilmente produzido, ser direcionado para tipos específicos de células, não permitir a replicação autônoma de DNA, permitir expressão gênica prolongada e não ser tóxico ou imunogênico.
Terapia Gênica divide-se em dois tipos:

- Terapia gênica somática: só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus (Retrovírus ou RNAvírus, quando utilizados como vetores na terapia gênica somática, alteram de forma permanente a célula hospedeira, integrando-se ao genoma. São utilizados especialmente em células dos músculos liso e esquelético, da medula óssea, fibroblastos e hepatócitos)ou um adenovírus (ou DNAvírus, são utilizados como vetores para procedimentos de terapia gênica somática, especialmente em células do epitélio respiratório, não se integrando ao genoma da célula hospedeira). Os problemas operacionais desta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico. - Terapia gênica germinativa: baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.

EXEMPLOS DO USO DA TERAPIA GENÉTICA:
Terapia genética pode ser a cura para careca


Cerca de 50 por cento dos homens sofrem de algum tipo de careca, embora tipos diferentes de queda de cabelo também possam afetar mulheres e crianças. Pesquisadores do Centro Médico Howard Hughes da Universidade de Chicago descobriram uma nova maneira de tratar a careca através da terapia genética. Os cientistas conseguiram transformar células da pele em folículos de cabelo em ratos de laboratório através da introdução da chamada molécula mensageira contendo a proteína beta catenina. Experiências semelhantes em seres humanos, contudo, não são prováveis em um futuro próximo. Os cientistas criaram alguns ratos cabeludos, mas ainda não entenderam como conter o processo de crescimento do folículo do cabelo. Ainda precisa-se compreender como esta molécula é regulada dentro da célula do folículo em desenvolvimento para realmente poder levar ao nível da aplicação clínica.

Terapia Genética Usada Contra o Vírus da Sida

Pela primeira vez, uma terapia genética foi utilizada, com algum sucesso em macacos, na luta contra a infecção pelo vírus da sida - anunciou uma equipe de investigadores em São Francisco, Califórnia (Estados Unidos), na Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas. A experiência consistiu em fazer uma colheita no sangue de linfócitos T, as células do sistema imunitário que são o alvo primordial do HIV, e depois substituir-lhes o núcleo por ADN geneticamente modificado, de forma a produzir uma proteína que mata o vírus da sida. Estas células geneticamente manipuladas também emitem uma mensagem que estimula outras células imunitárias a eliminarem o vírus, onde quer que ele se encontre. Em culturas em laboratório, os investigadores do Instituto de Investigação para a Terapia Humana e Genética, em Washington (EUA), observaram "uma resposta muito vigorosa". Nos macacos foi, apesar de tudo, um pouco diferente: "Nos animais, a forte resposta das células encarregadas de atacar o vírus manteve-se por um período importante (até três meses) sem efeitos secundários tóxicos. Isto significa que o corpo manteve uma resposta imunitária contra o HIV durante um período significativo", informou Julianna Lisziewicz, responsável pelo estudo. Esta experiência representa "uma nova via para tentar desenvolver uma vacina”. As terapias genéticas poderão, um dia, ser particularmente interessantes para os doentes que fazem tratamentos ofensivos - terapias múltiplas, que baixam a carga viral no sangue para níveis indetectáveis, mas que também diminuem a capacidade de defesa das células do sistema imunitário. As terapias genéticas, se funcionarem no homem, poderão dar-lhes algum vigor.
 
Terapia Genética Contra a Doença de Alzheimer

A perda de memória é uma dos sintomas mais assustadores da doença de Alzheimer, que afeta sobretudo as pessoas idosas. Ligações cruciais entre neurónios, que nos permitem recordar um rosto ou um acontecimento, perdem-se com esta doença neurodegenerativa. Mas cientistas norte-americanos apresentaram, no congresso anual da Academia Americana de Neurologia, um estudo feito com macacos em que uma terapia genética foi usada para restabelecer essas ligações entre neurónios. Os cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego chegaram à conclusão que o processo normal de envelhecimento provoca uma diminuição em 28 por cento na densidade de algumas redes de células cerebrais - normalmente as ligações de neurónios colinérgicos, que se situam nas camadas mais interiores do cérebro. Pensa-se que estas células desempenham um papel determinante na memória e em outros processos mentais, que se degradam lentamente com o envelhecimento, mas de forma muito mais rápida quando surge a doença de Alzheimer - que está aliás associada a uma degradação especialmente notória deste tipo de neurónios.
10 terapias que o futuro nos trará

2002- Angiogénese para revasculizar o coração. Uma injeção de genes que fazem crescer veias e artérias é aplicada no músculo do ventrículo esquerdo do coração. Novos vasos sanguíneos crescem na região, aumentando a circulação.

2003- Correcção cirúrgica de todos os problemas oculares. Em breve, crianças portadoras de catarata congénita poderão receber implantes de lentes nos olhos, logo após o nascimento.

2004- Exames holográficos de imagens tridimensionais. Combinação de imagens obtidas por tomografia computadorizada e exames de ressonância magnética, que serão processados em três dimensões. As imagens oferecerão uma representação realista dos tecidos e ossos humanos.
Terapia genética contra o cancro. Pesquisadores usam genes especiais para aplicar drogas no local exato do tumor. Uma técnica parecida despacha para a região do tumor genes capazes de inibir o seu crescimento.

2005- Pílula 100% eficaz para tirar o apetite. Pesquisadores dos Estados Unidos ainda estudam o desenvolvimento de medicamentos à base de leptina, substância descoberta em 1995 capaz de controlar os mecanismos neurológicos ligados à fome e à saciedade. Também estão a estudar outra substância, esta produzida no cérebro, conhecida como neuropeptídeo Y, que regula o apetite. Cirurgia feita por robots. O cirurgião usa uma luva digital para transferir o movimento das suas mãos a pinças de robots de alta precisão. Estes operarão o paciente a milhares de quilômetros de distância do cirurgião.

2010- Medicamentos para aumentar a inteligência. Medicamentos capazes de estimular neurorreceptores ligados à memória e à aprendizagem, baseados em engenharia genética. Importantes para os pacientes da doença de Alzheimer.

2015- Terapia genética com vírus. Os médicos usam vírus para corrigir as mutações que provocam doenças congénitas. Os microrganismos entram no núcleo da célula com o novo DNA e substituem o original.

2020- Vacina contra a sida. Hoje 36 tipos de vacina contra o HIV estão a ser testados no mundo. Os especialistas acreditam que, apesar da dificuldade de controlar as mutações do vírus, a cura será atingida.

Fonte:
http://www.ufv.br/
http://www.gbeth.org.br/
http://www.mundomulher.com.br/?
pg=17&sec=18&sub=96&idtexto=9631&keys=Terapias+geneticas,+um+avanco,+agora+no+Brasil

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